A Iberdrola alcançou um feito histórico ao se tornar a primeira empresa no mundo a emitir um título verde em conformidade simultânea com o Padrão de Títulos Verdes da União Europeia (GBS da UE) e os Princípios de Títulos Verdes da International Capital Market Association (ICMA).
A emissão, no valor de €750 milhões, representa um marco nas finanças sustentáveis, reforçando o compromisso da empresa com a transparência, o crescimento sustentável e a integração plena de critérios ESG em sua estratégia de financiamento.
A operação teve uma procura extraordinária, com a demanda atingindo €3,7 bilhões — cinco vezes o valor ofertado. Graças a este forte interesse do mercado, a Iberdrola conseguiu fixar um cupom competitivo de 3,5% e um spread de 110 pontos-base acima do midswap a 10 anos, com um prêmio negativo em relação ao mercado secundário, algo raramente alcançado neste tipo de emissão. Este prêmio é o mais baixo desde a imposição de tarifas comerciais durante o governo de Donald Trump, evidenciando o elevado grau de confiança dos investidores na gestão financeira da companhia.
A emissão contou com a participação de aproximadamente 170 investidores institucionais, dos quais 93% têm um perfil fortemente orientado para investimentos sustentáveis. A distribuição geográfica dos títulos abrangeu principalmente o Reino Unido (32%), França (28%), Alemanha (11%), Benelux (10%) e Espanha (9%), com os restantes 10% provenientes de outras regiões europeias.
Os recursos arrecadados serão destinados ao financiamento de diversos projetos de energia renovável, tanto em operação quanto em desenvolvimento, reforçando a liderança da Iberdrola na transição energética global. Conforme destacado pelo CFO José Sainz, essa emissão fortalece ainda mais a posição de liquidez da companhia, que atingiu €20,9 bilhões no final de março, ao mesmo tempo que sustenta a estratégia de expansão em energias limpas.
Esta é a segunda incursão da Iberdrola no mercado de títulos verdes em 2025. Em março, a empresa já havia emitido um título verde de €400 milhões com prazo de cinco anos, indexado ao desempenho de suas ações e com um cupom de 1,5%.
A operação foi coordenada por um consórcio de bancos internacionais de primeira linha, incluindo Banco da China, BBVA, CIC, Crédit Agricole, Deutsche Bank, HSBC, MUFG e UniCredit, reforçando a dimensão global da transação.
No primeiro trimestre de 2025, a Iberdrola reportou um aumento de 11% nos fundos provenientes das operações (FFO), alcançando €3,5 bilhões. Com uma relação fluxo de caixa/dívida líquida de 22,3%, a empresa demonstra equilíbrio entre crescimento internacional e robustez financeira, o que tem sido fundamental para manter a sua classificação de grau de investimento após a incorporação da ENW.